Explorar o maravilhoso Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile, é uma experiência que desafia e encanta os amantes da natureza. Com seus glaciares alucinantes, lagos de cor turquesa e uma vida selvagem abundante, para mim, é um lugar com algumas das paisagens mais espetaculares do mundo.
Eu e meu marido somos verdadeiros amantes da natureza, e não há nada que gostamos mais do que explorar trilhas em lugares selvagens e remotos. Para nós, cada trilha é uma oportunidade de descoberta, aventura e renovação espiritual. Nossas jornadas nos levaram a lugares incríveis, mas a Patagônia foi um dos lugares mais bonito e selvagem que passamos estes últimos anos. Sua paisagem épica e intocada oferece um desafio (e que desafio!) e uma beleza incomparável.
Decidimos enfrentar o desafio do "Circuito O" no Parque Nacional Torres del Paine, uma trilha totalizando 130 km, que planejamos completar em 6 dias. Carregamos em nossas mochilas tudo o que precisávamos, incluindo toda nossa comida para a jornada de 6 dias e equipamentos como barraca, saco de dormir, equipamentos de frio e todos os utensílios para cozinhar.
Glaciar Los Perros, Torres del Paine, Patagonia.
Glaciar Grey, Torres del Paine, Patagonia
Planejamento: A chave para o sucesso na trilha
Desde o início, sabíamos que queríamos levar todos os nossos equipamentos e comida. E sabíamos também que um super planejamento era essencial para garantir que estivéssemos preparados para os desafios que enfrentaríamos.
Já estava nos planos em que alguns dias começaríamos nossa jornada antes mesmo do sol nascer e só pararíamos quando as estrelas estivessem pontilhando o céu.
Como sempre, dedicamos uma atenção especial à nossa alimentação. É muito importante para nós manter uma nutrição regenerativa durante toda a trilha, fornecendo energia e nutrientes para os longos dias de caminhada e clima extremo de ventos fortíssimos e chuva constante.
Dois dias antes de iniciar a trilha chegamos em Puerto Natales, a cidadezinha mais próxima do parque. Esses dias extras nos permitiram descobrir locais onde poderíamos adquirir alimentos de qualidade para levar conosco na jornada.
Nutrição Regenerativa: O que levamos para comer na trilha?
Encontramos uma peixaria e armazém local que nos proporcionou uma variedade de opções, como peixes defumados, salame, mortadela artesanal feita com carne de guanaco (um animal selvagem da região) e algumas conservas de frutos do mar. Optamos por esses alimentos por serem artesanais e altamente nutritivos e proteicos, compactos e de longa duração, tornando-os ideais para transportar conosco durante os dias da trilha.
Produtos artesanais da região: proteína de alta qualidade para nossa trilha de 130km.
Encontramos também uma feira local onde conseguimos comprar cenoura e pepino para termos um pouco de vegetais frescos que além de fornecer vitaminas, eram verduras que podíamos carregar na mochila nos primeiros dias. Para complementar os vegetais e os peixes, optamos por arroz e macarrão orgânicos por serem de cozimento rápido e pão de fermentação natural para alguns sanduíches em dias que não poderíamos parar para cozinhar.
Para o café da manhã, preparávamos uma mistura de chia, farinha de coco, água, frutas secas e nozes ou manteiga de amendoim que deixávamos de molho da noite para o dia e assim não precisávamos cozinhar pela manhã e podíamos começar o dia bem cedo. A chia oferece uma fonte concentrada de energia de liberação lenta, ideal para sustentar atividades físicas prolongadas. Além disso, suas propriedades hidrofílicas permitem que as sementes absorvam grandes quantidades de líquido, ajudando na hidratação e na manutenção do equilíbrio hídrico durante exercícios fortes.
Outra paixão que compartilhamos é a busca por alimentos selvagens. No terceiro dia da trilha, encontramos cranberries frescos, que nos proporcionaram uma fonte de vitamina C nos dias seguintes, quando já não tínhamos mais acesso a alimentos frescos.
E para os snacks levamos carne seca, tâmaras, chocolate 70% e diferentes nozes, proporcionando uma mistura equilibrada de proteínas, carboidratos e gorduras saudáveis para manter nossa energia durante os trechos mais difíceis da trilha.
O que NÃO levamos para comer na trilha?
Notamos uma tendência entre os outros caminhantes que encontramos ao longo do caminho. A maioria deles optava por refeições prontas industrializadas, aquelas embaladas a vácuo e prontas para aquecer, que se tornaram populares no mundo dos 'hikers'. Além disso, barrinhas de cereais que parecem ser saudáveis e pães e biscoitos industriais eram outros itens comuns em suas mochilas.
Refeições prontas para a trilha no supermercado em Puerto Natales, Chile.
Embora essas opções possam parecer convenientes à primeira vista, há várias razões pelas quais optamos por não seguir essa tendência.
Primeiro: para nós é muito importante manter uma nutrição regenerativa não importa onde estamos. Estes 11 anos "on the road" nos ensinaram a comer bem em qualquer lugar! Sempre levamos nossa comida, não importa se estamos na estrada por alguns dias, se estamos pedindo carona, se estamos no ônibus, em alguma van trip, no aeroporto. Sabemos que não podemos contar com as comidas de locais como: aeroportos, postos de gasolina ou supermercados convencionais, então aprendemos a sempre nos planejar quando partimos para alguma trip.
Segundo: muitas dessas refeições prontas embaladas contêm uma quantidade significativa de conservantes, sódio e outros aditivos que não são ideais para uma dieta equilibrada, especialmente durante atividades físicas intensas como uma trilha de 130 km. Além disso, embora as barrinhas de cereais sejam frequentemente promovidas como opções saudáveis, muitas delas contêm altos níveis de açúcar, xarope de glicose e ingredientes processados, fornecendo apenas um impulso temporário de energia, seguido por uma queda rápida, sem contar as consequências a longo prazo.
Optar por alimentos de verdade nos proporcionou nutrientes de alta qualidade para sustentar nossa energia ao longo da jornada e também manteve nossa mente tranquila, sabendo que estávamos apoiando agricultores/pescadores locais e negócios da região.
Algumas fotos ao longo da trilha, Torres del Paine, Chile.
Cada lugar é único em sua oferta de recursos e desafios. O que funciona em uma trilha na Patagônia não é o ideal para uma jornada nas montanhas dos Alpes. Reconhecer essa diversidade e estar preparado para se adaptar é essencial para uma experiência de viagem verdadeiramente gratificante.
Se você está se preparando para uma viagem longa ou planejando uma trilha e se encontra indeciso sobre o que levar, estou aqui para ajudar. Tenho recursos especializados para viagens e trilhas, e estou pronta para oferecer orientações onde quer que sua jornada o leve. Entre em contato comigo:
Comments